sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Yoga nos Centros de Saúde de Campinas

Centro de Saúde União de Bairros: Postura da Ponte ou
Setu Bandha Sarvangasana
     o Yoga é uma tradição milenar que surgiu na Índia Antiga, cujas referências estão presentes nos Vedas, em forma de poema-canção-oração. Apresenta fundamentos filosóficos, como a não violência, o controle dos impulsos, a retidão, o autoconhecimento e contentamento. União é a tradução da palavra Yoga que tem sua origem no idioma sânscrito. É a cessão da modificação mental. O Yoga está inserida no contexto da saúde presente em unidades básicas de saúde, centros de convivência e cooperação, centros de atenção psicossocial, academias de saúde e hospitais, principalmente com a perspectiva do autocuidado e autonomia, promovendo a melhora sistêmica e integrada. Pode ser praticada por crianças, adultos ou idosos. Melhora a flexibilidade articular, as dores articulares, a concentração e os vícios posturais. Promove o equilíbrio mente e corpo, possibilitando ao praticante se beneficiar do estado de calma e bem-estar. Atua na redução do estresse, da ansiedade, da depressão e de doenças cardiovasculares e promove o autoconhecimento. Dessa forma, aproxima-se do Ayurveda, a ciência da vida que compreende os conceitos védicos de saúde e terapêutica na busca pelo equilíbrio e saúde.  Yoga e Ayurveda, as ciências irmãs que herdamos dos antigos sábios indianos, completam-se para garantir uma boa saúde integrativa, com métodos e técnicas que previnem e que recuperam a saúde dos corpos físico e sutil equilibrando os processos bioquímicos, fisiológicos e energéticos
Centro de Saúde Campos Elíseos (Tancredão): 
Postura do Guerreiro II ou Virabhadrasana II
         Hoje em dia, as práticas de Yoga mais populares aqui no Ocidente compreendem técnicas de respiração e controle de energia vital (pranayamas), posturas psicofísicas para integração do corpo e da mente (ásanas), meditação e relaxamento. Cada parte desse aprendizado é importante para o nosso objetivo: a abordagem integral do Yoga como prática integrativa e complementar de saúde no SUS - Campinas.





Yoga no SUS

Centro de Saúde Vila União:
Adho Mukha Shvanasana ou
Cachorro olhando para baixo
       No distrito de saúde sudoeste do município de Campinas existem três grupos de Yoga que se reúnem semanalmente. Durante os exercícios de yoga, os profissionais da saúde explicam os efeitos físicos e emocionais esperados da prática, as aplicações das técnicas de yoga no cotidiano e, ocasionalmente, apresentam as ideias filosóficas que fundamentam a atitude respeitosa, serena e consciente que está sempre presente durante as aulas. 
         Os três grupos ocorrem em locais comunitários dos territórios de cobertura de cada Centro de Saúde.  Assim,  cumprem o propósito de serem mais acessíveis à população  e ocupar os espaços da comunidade com práticas de saúde e cuidado.  Em alguns casos, além da melhora dos aspectos gerais de saúde e bem estar dos praticantes, podemos observar o Yoga como uma prática muito eficaz no complemento ao tratamento clínico. 
            São grupos em permanente construção, manutenção e transformação - princípios cósmicos do universo. Nos Centros de Saúde União de Bairros e Tancredão existe uma parceria com o Centro de Convivência e Cooperação Tear das Artes na construção e desenvolvimento do trabalho.  Abaixo seguem informações sobre o estado atual da prática do Yoga no nosso distrito de saúde. Para mais informações procure as unidades de saúde citadas. 
          
              

Centro de Saúde União de Bairros

Centro de Saúde União de Bairros:
Postura da Serpente ou Bhujangasana
Centro de Saúde União de Bairros:
Postura da Palmeira ou Talasana


O grupo do Centro de Saúde União de Bairros está completando nesse mês de outubro seu primeiro ano de aniversário.  O grupo é coordenado pelo psicólogo Tiago Andrade que é estudante de Yoga do Instituto Yogaterapia. A prática ocorre no CIC (Centro Integrado de Cidadania) do Jardim Vida Nova.
            

Centro de Saúde Campos Elíseos (Tancredão)

Centro de Saúde Campos Elíseos (Tancredão):
Postura do Triangulo ou Utthita Trikonasana

Centro de Saúde Campos Elíseos (Tancredão):
Postura do Guerreiro II ou Virabhadrasana II
          O grupo de Yoga do Centro de Saúde Campos Elíseos (Tancredão) é coordenado pelo psicólogo Bruno Cairos que é estudante de Ayurveda do Instituto Naradeva. A prática ocorre na Associação de Moradores do Jardim Novo Campos Elíseos. 



Centro de Saúde Vila União

Centro de Saúde Vila União: Relaxamento em Shavasana

Centro de Saúde Vila União: Meditação
          O grupo do Centro de Saúde Vila União é coordenado pela enfermeira Helen Florencio que é estudante de Yoga do Instituto Ísvara.  A prática ocorre semanalmente na Casa de Cultura União Brasil.






Om Shanti Shanti Shanti
Namastê!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Hospital de Medicina Alternativa de Goiânia: a essência da Política Nacional de Práticas Integrativas no SUS

ENTREVISTA publicada originalmente no PORTAL ECOMEDICINA


              Hospital de Medicina Alternativa de Goiânia: a essência da PNPIC na prática
           A trajetória do Hospital de Medicina Alternativa de Goiânia (HMA) começou em 1986. Ao longo destes anos o projeto cresceu e hoje representa a essência da Política Nacional de Práticas Integrativas (PNPIC). Para saber mais sobre a história e sobre como funciona o HMA, o Ecomedicina conversou com Danilo Maciel Carneiro, Médico especialista em Homeopatia e membro da Seção de Ensino e Pesquisa do HMA. Nesta entrevista ele fala ainda sobre os desafios e as perspectivas da HMA e da própria PNPIC. Confira!

Danilo Maciel Carneiro

Ecomedicina: Conte um pouco da história do Hospital de Medicina Alternativa de Goiânia.
Danilo Maciel Carneiro: A trajetória do HMA iniciou-se em agosto de 1986, por meio de um convênio entre a Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia Maharishi (IBCTM), entidade jurídica criada por Maharishi Mahesh Yogi para trazer o Ayurveda para o Brasil. A primeira ação realizada em Goiânia foi o I Curso de Fitoterapia Ayurvédica, inédito no Brasil até então. O corpo docente contou com a participação de médicos indianos formados em Ayurveda (vaydias) e profissionais brasileiros da rede pública de saúde. Este curso ensejou a capacitação teórico-prática de médicos, farmacêuticos, enfermeiros e agrônomos do quadro da Secretaria de Estado da Saúde, os quais iniciaram a implantação da Fitoterapia Ayurvédica na Rede Pública Estadual.
         Em fevereiro de 1987 foram implantados um serviço de atendimento ambulatorial e um pequeno laboratório farmacêutico em uma unidade de saúde pública, na cidade de Goiânia, ambos funcionando como estágio prático para médicos e farmacêuticos. Em abril de 1988, este ambulatório foi transferido para um antigo sanatório desativado, chamado Hospital JK, que estava com uma de suas alas em processo adaptação para receber o novo projeto. Em setembro de 1988, por força de Decreto Governamental, o ambulatório de terapia ayurvédica escalou um importante degrau: foi promovido a Hospital especializado em práticas não alopáticas, ligado diretamente à Secretaria de Saúde do Estado de Goiás. Alguns meses depois, a unidade recebeu o atual nome de Hospital de Medicina Alternativa, porque passou a congregar as diversas práticas então chamadas de não alopáticas que se encontravam salpicadas em alguns serviços de saúde isolados.
          Nos primeiros meses, o atendimento médico restringiu-se a prescrição de fitoterapia, mas evoluiu posteriormente para Homeopatia, com a implantação da Farmácia Homeopática. Nos anos que se seguiram o atendimento foi ampliado para os serviços de enfermagem, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e os serviços de ensino e pesquisa. Hoje, após muita dedicação e perseverança de toda a equipe de funcionários, tanto da área administrativa como técnica/clínica, o HMA é reconhecido em nível nacional e internacional.

Ecomedicina: Como o HMA funciona?
Danilo Maciel Carneiro: Enquanto uma unidade do serviço público de saúde, os atendimentos são gratuitos, agendados com antecedência para um dos médicos da unidade. Atualmente o HMA conta com uma equipe de médicos, farmacêuticos, enfermeiras, agrônoma, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, uma nutricionista, uma fonoaudióloga e uma grande equipe de nível médio. Na área do HMA está incluído um horto de plantas medicinais, no qual são cultivadas algumas das plantas utilizadas no serviço. Existe também uma farmácia de manipulação homeopática e uma farmácia de manipulação de fitoterápicos. Os medicamentos são manipulados para dispensação aos pacientes atendidos. Em média são atendidos 200 pacientes por dia, em todas áreas acima mencionadas; na área médica, os atendimentos se restringem a Homeopatia, e Acupuntura e Fitoterapia Ayurvédica, além das palestras e grupos de pacientes em andamento.

Ecomedicina: O projeto parece convergir e até mesmo embasar as ideias da Política Nacional de Práticas Integrativas. É isso mesmo? Ele pode ser considerado uma referência na oferta de Práticas Integrativas e Complementares na capital, no estado e até no país?
Danilo Maciel Carneiro: Como podemos ver pela própria história do HMA, ele representa a essência dessa Política. Nos idos de 1988, o HMA nasceu convergindo as práticas não alopáticas, que hoje são chamadas de práticas integrativas e complementares. Ele foi um pioneiro que resistiu ao tempo, que teve o seu caminho próprio, resistindo a grandes dificuldades, ao longo de um período em que não existia no Ministério da Saúde qualquer apoio a essas práticas. Hoje, com o desenvolvimento da PNPIC, ele merece, a nosso ver, um olhar especial, juntamente com outras experiências que vieram depois.
             O HMA tem perfil para desempenhar papel de referência para a implantação e estruturação das Práticas Integrativas e Complementares no SUS, tanto em Goiânia, quanto no Estado de Goiás, quanto nacionalmente. Um papel muito importante que ele poderia desempenhar, dentro de um sistema de cogestão participativa, seria o de núcleo responsável pela difusão das PICS para a rede pública de atenção básica, trabalhando em parceria e assessorando tecnicamente municípios interessados, divulgando as normas das PICS, desenvolvendo atividades educativas, fomentando e estudos e pesquisasse etc. Neste sentido, o estado de Goiás poderia ser um estado modelo para a implantação das PICs a partir deste sistema de cogestão estado-município.

Ecomedicina: Muitos profissionais, tanto médicos quanto gestores, se queixam da falta de apoio para a implantação de políticas regionais de práticas integrativas e complementares. Como vê isso? Acha que, de fato falta apoio? Sente ou sentiu isso no hospital?
Danilo Maciel Carneiro: É claro que a PNPIC representou um grande avanço. Hoje existe uma política de saúde que abraça a nossa causa e que luta por abrir espaços para a nossa linha de abordagem. Mas não há de se pensar que é sem resistências que a PNPIC avança. Pelo contrário, ela enfrenta grandes obstáculos e um grande desinteresse diante da falta de motivação política para efetivá-la. Falta pessoal, falta estrutura, falta destinação de recursos financeiros, falta visibilidade e autonomia para a PNPIC. E, evidentemente, as unidades de saúde que desenvolvem as PICs no Brasil, assim como o HMA, ressentem dessa carência.

Ecomedicina: Quais são as perspectivas? Quais devem ser os caminhos para dar continuidade ao projeto?
Danilo Maciel Carneiro: Nos planos estaduais e municipais, é com muita lentidão que se desenvolve a criação de políticas de PICs. Em Goiás, por exemplo, existe neste momento uma inciativa para se começar a criação da Política Estadual de PICs. As primeiras reuniões serão feitas no final desse mês de fevereiro. No município de Goiânia, ainda é uma ideia que começa a circular no seio deste novo Governo Municipal que se iniciou este ano, mas ainda sem corpo formado. Nossa expectativa é que as discussões sobre a criação da Política Estadual fermente a criação da Política Municipal de PICs em Goiânia. Mas essa é uma realidade nacional.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Encontro de Facilitadores de Práticas Integrativas e Corporais

     Saudações, amigos e amigas!

     Estamos aqui para anunciar o nascimento do nosso canal de informação e troca de idéias. Vamos aproveitar esse instrumento para divulgação dos lindos trabalhos de práticas integrativas realizados nas unidades básicas e demais serviços de saúde do nosso distrito e outros equipamentos públicos. Também vamos compartilhar eventos de nosso interesse, cursos, capacitações, encontros e textos para ampliar nosso conhecimento.
     
     Essa inciativa surgiu no Encontro de Facilitadores de Práticas Integrativas e Corporais organizado pelo NES  (Núcleo de Educação em Saúde) do Distrito de Saúde Sudoeste de Campinas, nos dias 17 e 31 de março de 2015, no prédio da FAC IV.  
     Estavam presentes os membros do NES, alguns apoiadores do Distrito de Saúde Sudoeste, representantes supervisores de Medicina Tradicional Chinesa do Distrito de Saúde Sul e os facilitadores de práticas integrativas e corporais das seguintes unidades de saúde do Distrito Sudoeste:

  • Centro de Saúde Vista Alegre: a Zumba e o Lian Gong;
  • Centro de Saúde União de Bairros: Yoga e o Liang Gong;
  • Centro de Saúde DIC III:  o grupo Alongamento e Qualidade de Vida; 
  • Centro de Saúde Tancredão: o Lian Gong e a Caminhada;
  • Centro de Saúde Santa Lúcia: o Liang Gong e a Auriculoterapia; 
  • Centro de Saúde DIC I: o Liang Gong e o Tai Chi Chuan
  • Centro de Saúde São Cristóvão: a Acupuntura;
  • Centro de Saúde Aeroporto: o Liang Gong;
  • Centro de Saúde Vila União: a Caminhada e o Liang Gong;
  • Centro de Saúde Capivari: a Caminhada e o Liang Gong;
  • Centro de Saúde Santo Antonio: a Caminhada e a Shantala;
  • Centro de Convivência e Cooperação Tear das Artes: o Movimento Vital Expressivo e a Yoga;
  • Centro de Atenção Psicossocial David Capistrano: a Caminhada.
    Zumba na abertura do encontro com a facilitadora Eliane Sousa do CS Vista Alegre 

     Foram dois dias de troca de experiências com o foco na ampliação e fortalecimento do trabalho com as práticas integrativas no território.  Foi importante nos conhecermos e partilharmos das motivações e olhares de cada facilitador; das conquistas, superações e história de cada grupo. 
    Desse encontro foram construídos grupos de trabalho para dar continuidade às reflexões e há indicativo de ocorrer o segundo encontro no segundo semestre de 2015.
      Para contribuir com sugestões, materiais, fotos, textos envie um email para o nosso endereço eletrônico tear.das.artes01@gmail.com .

     Desejamos muita saúde a todos!

     Grupo de Trabalho de Práticas Integrativas